terça-feira, 2 de junho de 2009

Intitulado


“Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.”
Mário Quintana

A criação é o fruto maior de nossas pretensões. O legado que se deixa faz das experiências artifícios necessários ao crescimento, mesmo que outorgado. A vida se eleva ao patamar de sublimidade quando se põe em xeque uma decisão inoportuna. Os desafios carecem de obstáculos, tamanha a riqueza de todo o processo.
Uma obra de arte se espelha no olhar do autor para que nasça, seja por sentimentos ocultos ou por sacramentos do coração. O formato de seus apensos é a cristalina essência de seus desejos; por mais que tente esconder, as brechas estão abertas para que a interpretação, ousada, seja partilhada com a 'irmandade'.
O corpo dos textos, apelo uniforme do pensamento, corrobora o livre arbítrio do poeta diante das circunstâncias amostradas. Para o leitor atento vale frisar que o título nada mais é do que a cereja do bolo, inquietante suspiro da alma, indicando de forma simbólica os índices do desespero das palavras, no que se relaciona ao paradoxo entre razão e emoção (ele carrega de forma bem clara os limites entre a origem e a pulsão pela continuidade do sonho literário, tamanha nobreza há nos recônditos daquelas opiniões).
Há chances nessa caminhada para o tombo, pois nenhuma história recorre aos ensaios. Mas, na hora da queda, em quem se esquivar? A liberdade de expressão condiciona o homem ao fascinante propósito do recomeço, onde se reconhece o verdadeiro sentido do seu significado, na identificação dos prazeres com a responsabilidade ocidental.
A manifestação do conhecimento é a escolha aquiescente ao limiar entre nosso mundo sensível e o inteligível. As letras se perdem na proeza que é o mosaico de oportunidades revestidas em grãos de areia. A vigília às pegadas é a maior missão, observando sempre o jardim ao nosso redor, regando as flores e plantando mais sementes... “Há males que vêm para o bem.”